P.I. Branemark

Branemark

Per Ingvar BRANEMARK

Criador da Técnica de Osseointegração


Conheci P-I em 1995, em seu escritório no Hospital Carlanderska, em Gotemburgo-Suécia.

Ele me recebeu com muita gentileza, ouvindo a minha história, que era a tentativa de introduzir o conceito da Osseointegração no Hospital A.C.Camargo, em São Paulo.

O carisma do professor era enorme. Ele era sempre muito carinhoso com todos, procurava recordar fatos relacionados a cada experiência anterior.

Ele dava atenção a cada um dos diversos membros da equipe, como anestesistas, cirurgiões plásticos e residentes. Aos pacientes, tinha um olhar especial: identificava todos de uma forma muito exclusiva, reconhecendo a dor e o sofriimento de cada um, sem nunca fazer distinção de acordo com o tipo de deformidade.

Quando se discutiam os casos para decidir sobre as cirurgias, ele sempre dizia que o paciente merecia o melhor em termos de qualidade de vida. Com uma energia e vitalidade incríveis, sempre estava pronto para examinar ou tratar mais um paciente.

Era uma verdadeira usina de ideias. Estar ao seu lado era uma constante excitação mental, pois ele sempre discutia projetos científicos, propostas de pesquisas, técnicas cirúrgicas e planos para ampliar a possibilidade de tratamento para um número maior de pacientes. Nas cirurgias, ao mesmo tempo em que era muito concentrado, sempre procurava ensinar suas técnicas e dava espaço para seus auxiliares apresentarem outras propostas, sempre muito atento com o bem-estar dos pacientes e procurando fazer as cirurgias mais simples e menos traumáticas.

Pessoalmente, aprendi demais com ele, sendo que, além do aprendizado científico e formal que foram inestimáveis, o maior aprendizado foi o humano, a dedicação aos pacientes, a busca constante por aprimoramento de técnicas e os métodos de reabilitação, e a incansável luta por melhorar as condições de tratamento aos pacientes portadores de sequelas maxilofaciais.

Tenho realmente o Professor Branemark como um mentor, um guru, um gênio que serve como fonte de inspiração constante.

A última vez que estive com ele foi em junho de 2013, em sua casa em Gotemburgo. Foi uma visita muito agradável, em que pudemos conversar sobre o futuro, novos projetos e a disseminação do conceito pela América Latina. Neste dia, ele foi muito carinhoso comigo e com o Dr. Rodolfo Candia, que me acompanhava, tendo feito questão de mostrar a benção que havia recebido do Papa João Paulo II, deixando muito claro que estendia essa benção a todos os pacientes e aos colaboradores que lutavam pela sua causa.


Foi um momento muito emocionante. Quase pude perceber que era uma despedida.


Vou guardar essa sensação por toda a minha vida.


LUCIANO DIB